A proposta de concessão das BRs 158 e 392, de Panambi a Santana da Boa Vista, fica muito longe das necessidades da região. O principal motivo: o projeto prevê pedágios em Cruz Alta, Júlio de Castilhos, São Sepé e Santana da Boa Vista, mas não inclui a exigência de duplicação dessas duas rodovias, que são um dos principais corredores de exportação de grãos para o porto de Rio Grande.
O estudo, feito pelo BNDES e pela Agência Nacional de Infraestrutura de Transportes (ANTT) prevê apenas a construção de cerca de 50 quilômetros de terceiras faixas, para ultrapassagens, o que resolveria o problema de quem vai de Santa Maria a Panambi (BR-158) e de Santa Maria a Santana da Boa Vista (BR-392), que têm tráfego intenso de caminhões e carretas, tornando lenta e perigosa a viagem. A BR-392 até tem algumas terceiras faixas já.
Porém, se os motoristas vão pagar, que já duplicassem as rodovias. Também é inaceitável que um corredor de exportação como a BR-290 não seja totalmente duplicado. Para mudar isso e prever duplicações, será difícil, pois os estudos já foram concluídos.
Só quem sofre para viajar atrás de filas de carretas, pelas BRs 290, 392 e 158, sabe a tranqueira que é, aumentando muito o tempo de viagem e o risco de acidentes. O Rio Grande do Sul está muito atrasado em termos de infraestrutura rodoviária em comparação com outros Estados. Está na hora de recuperar o atraso, mas para isso, não dá para se contentar apenas com a construção de terceiras faixas.
A previsão atual é que os pedágios começariam a operar em 2024. Mas, dependendo de quem ganhar a eleição presidencial, é possível que esse projeto de concessão seja modificado.